sexta-feira, 23 de abril de 2010

HANDEBOL ADAPTADO: EXPLORANDO POSSIBILIDADES

INTRODUÇÃO:
O objetivo inicial deste estudo foi realizar uma pesquisa exploratória sobre o Handebol para Cadeirantes identificando se o mesmo está sendo praticado, quais as regras utilizadas para esta prática e as possibilidades de intercâmbio.
O fato gerador deste interesse foi a vivência do autor na modalidade, onde já exerceu as funções de atleta, árbitro, treinador e dirigente e o prazer do desenvolvimento de trabalhos com Portadores de Necessidades Especiais com a implantação do Projeto de Atividades Motoras Adaptadas (Projeto AMA), junto ao Curso de Educação Física da Universidade Paranaense nos Campi Sede em Umuarama/PR e Toledo/PR, idealizado pelo Prof. Dr. José Irineu Gorla e implantado pelos autores.
O presente estudo além de identificar as iniciativas que já existem nesta modalidade pretende estabelecer parâmetros iniciais para a inclusão da modalidade no Projeto AMA e a construção de referencial teórico e técnico para implantação e evolução da modalidade no âmbito do Movimento Paraolímpico Nacional e Internacional.


METODOLOGIA:
A estratégia inicial foi identificar na internet as iniciativas que prevêem a utilização do Handebol Adaptado utilizando-se de mecanismos de busca (Google, Yahoo, UOL, MSN, AOL). Foram identificadas ações de desenvolvimento de Handebol para a Terceira Idade nas cidades de Itajaí/SC, Descalvado/SP e na Universidade Metodista de São Paulo.
Na área de handebol para cadeirantes foram identificadas iniciativas isoladas das Prefeituras de Santos, São Sebastião e Jundiaí no Estado de São Paulo, no Estado do Rio de Janeiro por parte da Prefeitura da Capital e do Centro Educacional Santa Mônica, na Bahia através do Núcleo de Educação Física e Esporte Adaptado de Feira de Santana e na Sociedade Hípica de Campinas/SP.
As ações mais consistentes e que estavam fundamentadas em registros científicos foram as desenvolvidas pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, que apresenta o registro de dois trabalhos: um apresentado por ocasião do I Congresso da Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada , em 1995 e o segundo de autoria de Daniela Eiko Itani, sob a orientação dos Professores Doutores Paulo Ferreira de Araújo e Jose Julio Gavião de Almeida, tratando do Esporte adaptado construído a partir das Possibilidades: Handebol Adaptado, publicado em 05/2004 na Revista Digital - Efdeportes em Buenos Aires, Argentina, e que serviu de apoio para a construção da proposta de regras para o Handebol Adaptado.

RESULTADOS:
A partir das dificuldades enfrentadas na implantação da modalidade na UNICAMP, tendo como referencial profissional a experiência de cinco anos de execução do Projeto AMA - Atividades Motoras Adaptadas na Universidade Paranaense - UNIPAR CAMPUS TOLEDO os autores propõe a implantação da modalidade de Handebol Adaptado em duas formas diferenciadas:
a) Handebol Sete ou Handball Seven: disputado na quadra oficial da modalidade, com tempo de jogo, número de jogadores, substituições e punições semelhantes ao Handebol de Salão, com a ressalva de que todos os jogadores podem atuar como goleiro a qualquer momento do jogo, desde que não estejam na área do goleiro dois defensores, fato que deve ser punido com um tiro de sete metros (pênalti).
b) Handebol Quatro ou Handball Four: disputado na quadra de basquete, utiliza as regras do Handebol de Praia como fundamento, apresentando as seguintes características: disputado por quatro jogadores, sendo um goleiro (mais quatro reservas). A área do goleiro é definida pelo prolongamento da linha de lance livre da quadra de basquete um metro após a linha lateral, delimitando também a zona de substituição, que coincide com a área do goleiro. O jogo é disputado em dois sets de quinze minutos cada com cinco minutos de intervalo e o placar volta a zero ao final de cada set. Em caso de empate será disputado um tempo extra de dez minutos para decidir o vencedor do jogo. O desempate no set é feito através do gol de ouro.


CONCLUSÕES:
As disposições referentes às cadeiras de rodas a serem utilizadas seguirão as normas do Basquete em Cadeira de Rodas (CBB), até que novos estudos possam ser realizados para a certificação desta adequação. O estudo ainda identificou que existem competições organizadas a nível internacional para atletas surdos (Deaflimpics) e Deficientes Mentais (Olimpíadas Especiais), com este último apresentando um protocolo de testes para classificação da deficiência e que, em novo estudo, pretende-se verificar a aplicabilidade dos testes para os cadeirantes.
Apesar de ambas as formas serem motivantes, pois envolvem somente o desenvolvimento do passe, da recepção e do arremesso, a opção por uma ou outra será determinada essencialmente pela disponibilidade de espaço físico e quantidade de praticantes.

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